Campos de paz

Esta existência, solitária, esquecida...

Deixo-a antes do fim, sem por termo,

Da criança liberta do corpo enfermo

Pelo tempo que afastou-me da vida.

A que foi-se pela imensidão perdida

Para rever o anoitecer, pálido, fugaz...

Aguardando a alvorada que ao fim traz,

Pobre alma, jamais encontrará guarida.

Hoje, sentado na varanda que nem existe!

Fito os montes no horizonte onde ora jaz,

Nos adormecidos sonhos, o poeta triste.

Partiu aos nefandos abismos imemoriais.

Quiçá nos campos elíseos encontre a paz...

Que não seja preciso retornar, nunca mais!

Brasília-DF, 30 de dezembro de 2009.