Uma Melancolia
Foi nesta tarde que eu morri! Num instante
A vida, noutro, a morte. Até então
Batia no meu peito um coração...
Depois, um músculo de vida errante.
Ó, coração, que fazes tão distante?
Se tens que pouco estar, que desça ao chão!
Se tens que me viver vivendo em vão...
Que mate o que de vez se fez minguante...
Este teu corpo... Mocho corpo triste.
Ó, coração, que vive em desconforto!
Se tens que me bater com tanto fim,
Se tens que me existir sem que eu me aviste
Que mate o que de vez se fez de mim...
Um pouco corpo... Mofo à tarde morto!