ENGENHO E ARTE
Ínfimo sorriso abrasador
Que dos lábios dela a mim partiu:
Mera esperança de um amor
Vulto de uma saudade vil.
Mais tarde, foi ela quem se foi
E deixou o amor por descobrir.
Separar o trigo desse joio,
Que o amor não quer nenhum mártir.
Quem na terra busca uma paixão,
Seu destino é se desesperar.
Pois que o amor é só preposição
Entre o intelecto e o pulsar.
É no fogo amigo de quem parte
Que se vai buscar o engenho e a arte.
Parceria, distante no tempo, com Ary Moraes Filho (grande, único amigo, que não vejo há muito tempo)