ENGENHO E ARTE

Ínfimo sorriso abrasador

Que dos lábios dela a mim partiu:

Mera esperança de um amor

Vulto de uma saudade vil.

Mais tarde, foi ela quem se foi

E deixou o amor por descobrir.

Separar o trigo desse joio,

Que o amor não quer nenhum mártir.

Quem na terra busca uma paixão,

Seu destino é se desesperar.

Pois que o amor é só preposição

Entre o intelecto e o pulsar.

É no fogo amigo de quem parte

Que se vai buscar o engenho e a arte.

Parceria, distante no tempo, com Ary Moraes Filho (grande, único amigo, que não vejo há muito tempo)

Bardo Setelagoano
Enviado por Bardo Setelagoano em 28/12/2009
Reeditado em 28/12/2009
Código do texto: T1999429