OLHOS, UM LAGO DOCE

LAGO DOCE

Para Elisane Lehr

Que belos olhos! Claros como um lago doce,

de longos juncos, o sobranceiro negrume.

Penso ver nele de sorrisos um cardume,

que, em se movendo, de simpatias ornou-se.

E a dona desse olhar, esse gasoso lume?

um anjo celeste, embora a mulher esboce,

como se fada madrinha do vate fosse,

ou, quem sabe, até, do Olimpo, divino nume.

E ela, a mulher, noiva de empatia solene;

o monumento vivo da arte – perene,

guardiã desses olhos no terreno plano;

luz que guia a pena do poeta à beleza,

sem retoque à arte exímia da natureza,

no intuito de eternizar um anjo profano.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 23/12/2009
Reeditado em 24/12/2009
Código do texto: T1992374
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