P O E T A

P O E T A

Cabe ao poeta poetar reminiscências

mosqueando o óbvio sem nunca escondê-lo,

deixando critério à razão de entendê-lo,

quando degusta o texto e decifra a essência.

lazer do poeta é ser cúmplice do belo;

o masoquismo é do seu fado a consequência.

Canta os luares; faz possíveis confidências

e oferta ao mundo seu recado paralelo.

Vive credos; festa noites e curte auroras

e embora os antes façam ecos nos agoras,

saudoso lembra a juventude e seus vigores.

E quando o inverno sentencia a sua sorte

não fraqueja se vê próxima a fria morte

e em pensamento tece o rol dos seus amores.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 21/12/2009
Reeditado em 23/12/2009
Código do texto: T1988714
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