P O E T A
P O E T A
Cabe ao poeta poetar reminiscências
mosqueando o óbvio sem nunca escondê-lo,
deixando critério à razão de entendê-lo,
quando degusta o texto e decifra a essência.
lazer do poeta é ser cúmplice do belo;
o masoquismo é do seu fado a consequência.
Canta os luares; faz possíveis confidências
e oferta ao mundo seu recado paralelo.
Vive credos; festa noites e curte auroras
e embora os antes façam ecos nos agoras,
saudoso lembra a juventude e seus vigores.
E quando o inverno sentencia a sua sorte
não fraqueja se vê próxima a fria morte
e em pensamento tece o rol dos seus amores.