Platônico
Ao te observar discretamente, sonho,
Embora acordado, compulsivo exponho,
O meu olhar no teu, minha libido em fogo,
Difícil de apagar, "tatoo", paixão, um logro?
Por não compreender o que virá, componho,
Evito sufocar, tento não ser bisonho,
Que não é fácil, não! Disfarço o estorvo,
Congelo, a imaginar, com a discrição de um corvo,
Persisto, como o sol, toda manhã, risonho,
Não há como evitar, desvio o olhar, tristonho,
Crio mil aparatos, silencio, mudo,
No esforço de tentar, desisto assim, absurdo,
Te acuso de ser linda, incompetência dor,
Condeno-me à perpétua ilusão do amor.