Soneto n.113
Meu silêncio, abres asas orgulhosas
nesse voo que tenta um novo Norte
e é tão lindo avistar-se o teu porte,
entre a frágil ave e as frágeis rosas.
Como as preces suaves e milagrosas
que a tudo dão apoio - dão suporte,
tu carregas contigo a Vida e a Morte,
mostra-te intenso em verso e prosas.
Meu silêncio, tu dormes no espirito
alheio às festas e aos mil barulhos,
num desejo de ser mais que o grito.
Meu silêncio, tu atravessas as eras:
és mar profundo em teus marulhos,
és o infinito estrelado das esferas!
Silvia Regina Costa Lima
13 de dezembro de 2009