FETICHE [CXLIX]
Tuas pernas, tão belas, que louquice!...
Colunas artesãs, pecinhas d’arte,
de um alvor que transluz, por toda parte,
aos olhos menos hábeis um fetiche.
Cruzadas, tuas pernas são, destarte,
um ímã que me atrai a ter sandice;
mas, longe de que eu surfe em só beliche,
tu és meu ídolo, daqui a Marte.
Tuas pernas, as rótulas, as coxas...
E os pés, calçando saltos altos, tudo
ao bom-tom dessas tuas veias roxas.
Inevitável ver, sentir-te e, como
que te tocando os membros de veludo,
ir-me impune, sem teu sabor do pomo.
Fort., 18/12/2009.