Letras de sangue
Letras rubras em um copo de uísque quebrado
Assisto o sangue se dissolvendo. Numa ilusão de ótica
formam-se palavras e em uma sinestesia osmótica
posso até ouvi-las sibilando ao meu lado
num impulso irreversível de uma reação química
Levo aos lábios a ponta do meu dedo cortado
Amargou-me a sensação do meu plasma estagnado
De essência inquietantemente cáustica.
Percebi então, que me sinto loucamente faminto
com meu estomago ainda repleto do ultimo jantar
e as veias rotas e de fartas uísque e vinho tinto
E sorri! Eu sei que é difícil de acreditar.
Descobri! Por mais que tente esconder o que sinto
A realidade é que nunca cessarei de sangrar