Tudo culpa do ingrato Amor

Tudo culpa do ingrato Amor

Quando me verei deste mal já curado,

Curado do amor, que consome tanto

Um peito tão triste e já cansado,

Cansado de amarguras, queixa e pranto?

Meu mal é horrendo que causa espanto,

Pois não aparenta desordem o meu estado,

Mas mil vezes maldigo o amor, enquanto

Suspiro em vão e sofro calado!

Mágoa, tristeza, ira, e arrependimento,

Se, pois, não aparentando tais no semblante,

Dentro do carregado peito os sustento.

Mas o coração consolado pela dor,

Ferido sem ter culpa e inconstante,

Não acha à cura para a lei do ingrato Amor.

Alssyno Dantas
Enviado por Alssyno Dantas em 18/12/2009
Reeditado em 18/12/2009
Código do texto: T1983743
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