PEDAÇOS
 
 

Somente na memória é que guardamos

o desejo de ser, que foi vivido.
E se foi prazeroso e bem sentido,
presente está nos sonhos que sonhamos.
 
A lembrança louvada, que lembramos,
jamais será sequência do esquecido.
Por isso trago, atento, o tempo ido
aos espaços etéreos onde estamos.
 
Nesses espaços passam nossa história;
o riso, a dor, o pranto comovido,
a eterna paixão (tão ilusória!).
 
Mas nos lembrar agora é sem sentido.
Guardo apenas pedaços, na memória,
de nosso filme falho, envelhecido...

Odir, de passagem.

 
 
 
oklima
Enviado por oklima em 15/12/2009
Reeditado em 26/12/2009
Código do texto: T1980041
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