Em Tempo
Torpe resguardado no meu ventre
De ventos danados de vil oceano
E devaneios tortos tão aparentes
Quanto a lágrima vadia do pranto;
Inválido e fraco, deus onipotente
De noite mal feita e mero sonho;
Talvez o feto gerado e dormente
Caia em si nas garras dos santos
Esconder-se nas feridas salgadas
Da dormência dessa inútil aurora
De virgens sujas e nunca amadas;
Morrer-se na alma e ir-se embora
Deixar-se em tempo nas fatigadas
Retinas do ser, viver-se no agora;