Das bocas o silêncio

Ouve das bocas o silêncio que se fez

Ouve o pranto que nos olhos se quedou

Ouve o rumor do amor que se desfez

Ouve o soluço da saudade que ficou

Houve o momento intenso da partida

Houve um roçar de mãos a te buscar

Houve o tragar o fado desta vida

Houve o segredo da lágrima no olhar

Ouve o frio oculto em cada porta

Houve o gosto requintado da ambrosia

Ouve a indolente cor da folha morta

Houve o sussurro intercalado da agonia

Ouve o corpo que cai tão lentamente

Houve a turba que lhe cerca indiferente