Pescador
(Soneto 112)
**
Jogo a rede em mar alto,
de um belo azul-marinho;
ali estou mesmo sozinho
pois, de amor, ando falto.
Por sobre as ondas, eu salto
vencendo a dor do caminho
e sou como um velho vinho
a cujo sabor eu ainda exalto.
Eu pauto a minha vida em verdade,
e eu penso, com alguma sabedoria,
que sinto o coração da humanidade.
Por que sou um pescador de ilusão
buscando a paz e a bela harmonia -
engastadas nas pérolas da afeição!
***
Silvia Regina Costa Lima
5 de novembro de 2009