Epitáfio
Mudam-se os versos, mudam-se as mortes
Muda-se a corte e dos carrascos as sortes
Pois o grande poeta morrera sozinho
No escuro da noite o seu caminho.
Na maldade que matou o grande Dante
Levou também Camões e Cervantes
E ainda alguns morriam de Amor
Por uma Sibila lívida no desamor.
Definham nas saudades pelos cantos
Sonham com a poesia dos seus prantos
Nos poetas confessos a quadratura.
Na morte austera a verdade dura
Que consome o cadáver e perdura
A fenecer n’alma de tais desencantos.
HERR DOKTOR