DESEJO DE MATAR

De repente, o desejo de matar

Dominou a minha alma e a minha mente.

Impregnou-se em meu ser tão totalmente,

Intenso como o sal na água do mar.

É vontade incontida. E é crescente.

Parece nem caber dentro da gente.

Como um balão, inflado com muito ar,

Enchendo-se inda mais, pronto a estourar.

Este desejo em mim só é castigo.

È uma vontade incômoda, malsã;

Já nem durmo! Também não tenho fome!

Sei que é uma obsessão. Mas não consigo

Realizar-me, matando esta vilã:

A saudade, de alguém, que me consome!