O CANTOR E O PREDADOR
Eis que surge das ramadas
O grande da rapinagem -
Gavião de garras afiadas -,
Vergastando a folhagem.
Empoleirado num rosal
Canta o pequeno rouxinol
Brindando o pôr-do-sol -
-Toco de vela no castiçal.
Há fome pra saciar-se da presa,
Mas o predador se embevece
E de emoção sua asa fica tesa.
Logo, o hipnótico cantar se cala
E com fome o predador padece
Encoberto na noite cor de opala...
..
“PRIMUM VIVERE, DEINDE PHILOSOPHARI”
( PRIMEIRO VIVER, DEPOIS FILOSOFAR).
(aplicado àqueles que, por especulações abstratas,
deixam de conseguir o necessário para a subsistência)...