E O POETA SE VAI...


O desejo se foi. Foi-se o motivo
das rimas romanescas, mas reais,
de vazar, nos meus versos, como vivo,
de ser verdade em vidas virtuais.

A vontade se vai. Vou, volitivo,
como corcel cansado dos currais.
Omito-me do ópio obsessivo
da métrica, medida mais e mais.

A ilusão se vai. Vão-se meus sonhos,
as demências ditosas dos desejos,
os sons suaves, os tonais tristonhos.

Poeta deserdado por despejos,
vou-me dos versos vernos e tardonhos,
beijando abraços e abraçando beijos.


Odir Milanez da Cunha
oklima
Enviado por oklima em 04/12/2009
Reeditado em 29/10/2010
Código do texto: T1960589
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