VERÔNICA
As minhas mãos afagam a tua face
E eu sinto os lábios teus entre os meus dedos
Na inquietude a beijar-me e ousar sem medos
O amor no coração que d’alma nasce.
O espírito e o corpo num enlace
Já não são partes, mas todo um segredo
Entrelaçado em sonhos, no arvoredo
Da vida em rosa e espinho a quedar-se.
Assim, por mais que a lágrima disfarce
A emoção, a dor e a felicidade
Convivem em nós de tal maneira harmônica
Que se tudo isso se nos ocultasse
No corpo a razão, n’alma a insanidade
Eu imitaria a Cristo, e tu, Verônica.
PS.
Pensei dar o título " Como Cristo e Verônica",
mas seria um sacrilégio motivar insinuações a um romance
que não houve. O soneto alude simplesmente ao magnífico gesto de ambos.
Ficou então VERÔNICA, embora este não seja o nome da minha noiva.
Hermílio.
As minhas mãos afagam a tua face
E eu sinto os lábios teus entre os meus dedos
Na inquietude a beijar-me e ousar sem medos
O amor no coração que d’alma nasce.
O espírito e o corpo num enlace
Já não são partes, mas todo um segredo
Entrelaçado em sonhos, no arvoredo
Da vida em rosa e espinho a quedar-se.
Assim, por mais que a lágrima disfarce
A emoção, a dor e a felicidade
Convivem em nós de tal maneira harmônica
Que se tudo isso se nos ocultasse
No corpo a razão, n’alma a insanidade
Eu imitaria a Cristo, e tu, Verônica.
PS.
Pensei dar o título " Como Cristo e Verônica",
mas seria um sacrilégio motivar insinuações a um romance
que não houve. O soneto alude simplesmente ao magnífico gesto de ambos.
Ficou então VERÔNICA, embora este não seja o nome da minha noiva.
Hermílio.