Claridade
Qualquer semana dessas, que me vires
A olhar o céu noturno sem palavras,
Estou em estranha nuvem de prazeres
(Os prazeres das Almas sempre escravas)
Se mais o corpo quente meu sentires
Mais perto estou de ver o céu que lavras
Por entreolhos de cândidas matizes:
Iluminado céu de estrelas alvas
Não te rias porquanto, admirado,
Me fundo no teu corpo de manhã
E ficamos num abraço demorado
É que a Dor pôs - me gosto em cada coisa
Cada alegria dispersa ou culpa vã
Ou traço d'água que, em meu rosto, pousa...