Soneto nº 04
Nessa vida mais nada me fascina,
Se te amar já não mais valer a pena.
Mesmo a vida, se mui calma e serena,
Tentar-me a esquecer de minha sina,
Não verá em minha alma assassina
Intenções do vil ódio que envenena,
Chega e invade, aos poucos, toda essa cena
E aos poucos nos injeta a estricnina.
E nossas almas vão enfim aos ares,
Todas mortas, sem sonhos e esperanças,
Que viver não são mais do que lembranças
De um passado feliz em nossos lares.
Mas jamais poderá com tais ações
Desunir, na vida, dois corações.