O Dragão
O Dragão
Nem mesmo o apocalipse de João
Me fez tão revelado o fogo em gente.
Com a língua peçonhenta qual serpente
Era evidente a fala de um dragão.
Bradava... Abria a boca incandescente
E eu via os dentes, brasas de carvão.
Assim, com a voz servindo a combustão
Partia dele a tocha mais ardente.
Eu nunca fui profeta a ver castigo,
Mas me assombrei com o fim daquele infame.
Então, clamei, jurando ao firmamento:
“Antes da última trombeta ao vento,
Antes que o pérfido de vez se inflame,
Perdôe este dragão! Eu o levo trigo!