Soneto a uma saudade
Sem ti os dias são saudades e esquecimento
São o silêncio a repassar nossos instantes
São a tristeza e um desdizer constantes
Transformando o amor em aflito sentimento
Sem ti a brisa já não sopra na tarde quente
Os barcos se perdem na volta rumo ao porto
Há na essência da flor algo de morto
Há no futuro uma voz errante e indolente
Sem ti, amor, não há caminhos, não há nada
Estradas turvas a correrem pros ribeirinhos
Há só o sonho a despertar na madrugada
Vertendo em dor o que podia ser carinhos
Sem ti, amada, a vida inteira desfalece
Longe de ti a minha alma não te esquece