Culogia
Este soneto pleno que se inventa
Não quer dizer nada, mas diz tudo.
Este soneto é voz mesmo mudo,
Este soneto conta e se aumenta.
Este soneto canta o que se agüenta
Na sarjeta fedida. O Seu Papudo
Dorme embaixo da ponte e torto escudo.
Este soneto canta e se arrebenta.
Se teus ouvidos surdos ficam céticos
É por causa do teu ser que é patético.
Este soneto fala de algo imundo.
Antes que o mundo já desapareça,
Este mundo com pé, mas sem cabeça,
Ele grita do cu do nosso mundo!