Culogia

Este soneto pleno que se inventa

Não quer dizer nada, mas diz tudo.

Este soneto é voz mesmo mudo,

Este soneto conta e se aumenta.

Este soneto canta o que se agüenta

Na sarjeta fedida. O Seu Papudo

Dorme embaixo da ponte e torto escudo.

Este soneto canta e se arrebenta.

Se teus ouvidos surdos ficam céticos

É por causa do teu ser que é patético.

Este soneto fala de algo imundo.

Antes que o mundo já desapareça,

Este mundo com pé, mas sem cabeça,

Ele grita do cu do nosso mundo!

Ranieri Basílio
Enviado por Ranieri Basílio em 26/11/2009
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