“OCASO”
Hoje, a vida vivida de forma fagueira
Como paineira com flores no galho,
Amanhã, tudo é falho
Da pisada a negra cabeleira.
Amanhã, míngua a mocidade passageira,
Hoje, linda flor salpicada de orvalho,
Amanhã, o enfado do trabalho
Me porá numa espreguiçadeira.
Do peito findou-se a esperança,
Porém, no tempo resiste à lembrança
Deste caboclo de coração prazenteiro...
Hoje, sem aurora, com o ocaso se depara
E diante do espelho ele repara:
Amanhã, a morte é seu ato derradeiro.