“OCASO”

Hoje, a vida vivida de forma fagueira

Como paineira com flores no galho,

Amanhã, tudo é falho

Da pisada a negra cabeleira.

Amanhã, míngua a mocidade passageira,

Hoje, linda flor salpicada de orvalho,

Amanhã, o enfado do trabalho

Me porá numa espreguiçadeira.

Do peito findou-se a esperança,

Porém, no tempo resiste à lembrança

Deste caboclo de coração prazenteiro...

Hoje, sem aurora, com o ocaso se depara

E diante do espelho ele repara:

Amanhã, a morte é seu ato derradeiro.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 26/11/2009
Reeditado em 27/08/2013
Código do texto: T1945122
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