PRIMAVERA NO ASFALTO [CXL]

Os ‘flamboyants’ se explodem de alegria;

das andorinhas, nuvens em seresta.

A Natureza nem se faz modesta,

que a primavera rege a sinfonia.

O Sol cochila, como se na sesta...

Faz tarde mansa, no esplendor do dia,

e emanam luz e sons e poesia,

bem de aquarela em que te vejo em festa.

Primavera, à tardinha, e na cidade...

De ti distante, e só, com meus espantos,

o mais pensar-te expõe-me a ter saudade.

Dar-te-ei beijos, no lugar das flores

desgarradas no asfalto quente, tantos

como nos lábios teus semeio amores.

Fort., 25/11/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 25/11/2009
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