SAUDADE É REVIVER

SAUDADE É REVIVER

Adorava lançar flechas encupidadas

aos quatro pontos cardeais, deliciando-me;

provocando, até, uma deliciosa síndrome

de belas paixões que não foram consumadas.

Mas, fatigado das tais proezas, escondo-me

atrás de mim mesmo e das forças acabadas.

Surfo sobre as ondas de lembranças douradas

que se movimentam na tela, enlevando-me.

Paixão, ah! a paixão que não se fez amor

Não viça mais como a desabrochada flor,

mas não é inconsequente como na mocidade.

Não pense que vivo da velhice só a dor.

Há outros carismas que suprem a idade,

pois vida dupla tem quem vive a saudade.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 25/11/2009
Reeditado em 25/11/2009
Código do texto: T1942824
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