SONETO(015)

As flores desabrocham e perfumam tua pele sedosa;

A natureza forja em ti um não sei o quê, com alegria,

Que os pássaros gorgeiam desde a aurora verdosa

Ao entardecer, mesmo quando é fria e forte a ventania.

Não há sombras, morena, nem há gélidos invernos

Capazes de desolar a vida que tu vives e perfumas;

Não há forte temporal, nem deserto espiritual, eternos,

Que não se acalmem diante de ti, madona das plumas.

Teu perfume deixa teu rastro entre árvores frondosas;

Os pássaros, que buscam o orvalho nas manhãs oiradas,

Não sabem que esse cheiro gostoso, que saudades deixa,

É o que revigora seus espíritos, mas não vem das rosas;

Nem sabem que os sonhos que povoam as frias madrugadas

Tem tuas nuances, ó esplêndida mulher, ó dócil gueixa.

Nova Roma do Sul- RS, em 21 de julho de 2007.

MAZZAROLO ANGHINONI
Enviado por MAZZAROLO ANGHINONI em 23/11/2009
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