De ontem

Ao berço de onde eu vinha,

As mudas em flores foram

A alegria que em meu peito tinha

Sabor de primavera que o tempo deu.

E no berço que a saudade balança,

A orgia do tempo se quer respondeu

O grito, apelo, fio de esperança

Que pairou e desfez-se em tua mente.

No berço da alma, refuga, castiga

Tanta saudade que mata a gente

Tanta dor que o peito abriga.

Ao berço o mundo que hoje floresce

É sonho que viaja, ao peito intriga

É saudade que bem longe quase fenece.