Tenho fome
Tenho fome
Não sei se ainda é dia, tarde ou madrugada
Contigo me estreitando com infinita ternura
Esqueço o manto do negrume da noite escura
A alma mitiga ávida a fome de amor sonhada
Corro contra o tempo, tenho fome de ser amada
A carícia de seus lábios arrepia-me com doçura
Fantasia e realidade se digladiam com loucura
Num mar revolto de intensa paixão libertada
Ganha dimensão descomunal o desejo no peito
Represá-lo é tentar deter a maré, não tem jeito
E o grito explode na garganta seca-Fome de amor...
Na troca se aplacam e desvendam os mistérios do ser
Os sonhos ganham vida e nesse lascivo querer
A lagarta vira borboleta com nitidez multicor.
Norma Bárbara