TEZ DA MADRUGADA

Se a última das paixões se fartasse dos meus restos

Parcos versos esfomeados por migalhas que busquei!

Aos quatro cantos do universo restariam meus re-versos

Tênues notas dum perfume que um dia eu respirei...

Mas se o sol se levantasse já em plena primavera

Arrefecido de saudade pelos versos que embarguei,

Então a ele eu lhe daria os resquícios duma tela

Cores findas da aquarela que um dia eu repintei.

Daí juntos brilharíamos nas manhãs que vêm de longe...

Quase nunca ao alcançe das rimas das nossas mãos

E nas horas avançadas das auroras madrugadas

Sob um céu nós pulsaríamos um brilhante coração!

Se o último dos meus versos fosse a tez da alvorada

Me desnudaria plácida...nos seus raios de verão...