Soneto n.108
Informe, um luar vem... desliza
e toda a paisagem transforma.
A claridade imprecisa deforma
o contorno desta meiga poetisa.
Aterrissa como uma suave brisa
quebrando paradigmas e norma,
beija-lhe a face, os pés, a forma,
como se fizesse uma... pesquisa.
Algo acontece: a poeta entontece,
esquece o verso, meio sufocada,
e a mão, que escrevia, estremece.
Envolvida pela visita tão prateada,
e presa em lassidão, ela amolece,
aquece... e se entrega apaixonada!
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Silvia Regina Costa Lima
19 de novembro de 2009