Sossego
 
Sossego! Nada como a rede lá no rancho...
Sonhar ao som de seu ranger, no vem e vai
De seu balanço... Leve e terno abraço ancho,
Sentindo a chuva fina, que serena cai...
 
E dormitar sem medo, sem nenhum receio,
Entregue o corpo, entregue a alma, sem pudor...
No morno colo, forte e firme qual esteio,
Da rede amiga, prenhe de carinho e amor!
 
A rede é meu colo, meu eterno abrigo...
E nela, enfim, descanso desta humana lida,
Alheia à minha própria dor sem fim, ferida...
 
No vai e vem da rede fico a sós comigo,
Entregue ao seu calor, ao seu regaço amigo,
Em paz descanso, alheia à minha própria vida!
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 19/11/2009
Reeditado em 19/11/2009
Código do texto: T1932579
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