Sintoma
É leve o descompasso que se assoma
Na voz a que tu dás este perdão
Este torpor que envolve-me é sintoma
Que dias sem te ver cedo virão
Os meses que passei vêm como coma:
Arranquei os versos teus da minha mão
Mas inda sinto deles este aroma
Que em horas deu-me tanta convulsão
Sinto, ante a sede eterna desta fonte,
Vontade de aspergir pelo horizonte
Meu grito ensandecido, em pé, no cais
E por enquanto, que te espero, penso
Que se, nest'hora, estou inquieto e tenso
Sereno, irei te achar em mais locais.