Sintoma

É leve o descompasso que se assoma

Na voz a que tu dás este perdão

Este torpor que envolve-me é sintoma

Que dias sem te ver cedo virão

Os meses que passei vêm como coma:

Arranquei os versos teus da minha mão

Mas inda sinto deles este aroma

Que em horas deu-me tanta convulsão

Sinto, ante a sede eterna desta fonte,

Vontade de aspergir pelo horizonte

Meu grito ensandecido, em pé, no cais

E por enquanto, que te espero, penso

Que se, nest'hora, estou inquieto e tenso

Sereno, irei te achar em mais locais.

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 18/11/2009
Reeditado em 16/11/2011
Código do texto: T1931049
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