Retorno
Retorno
Numa curva de caminho de terra vermelha
Sob a sombra de uma árvore generosa
Sinto a face arder com lágrimas grossas
Osculando a missiva que teu retorno espelha
O sol de meio dia mais parece uma centelha
Dourando com avidez minha pele sedosa
Com carinhos que me fazem sentir pecaminosa
E no chão me curvo e minha alma se ajoelha
A espera maltrata e o peito saudoso suspirando
Extravasa a dor que amortalha o beijo delirando
Que a ausência enaltece a carência do amor...
A febre invade meu corpo agora revelando
Que meus lábios terão os teus esmagando
Num frenesi entre teus braços sem pudor.
Norma Bárbara