Ao Recife
Da várzea até o bairro do recife antigo
Eu observo um rio quase morrendo
Da sua lama uma cidade vai crescendo
e nessas águas turvas encontro um amigo
Hoje, contemplando o dia amanhecendo
Comungo do mesmo vinho que um mendigo
Ele bebe por não ter nenhum abrigo
E eu apenas estou me entorpecendo
Sob as pesadas sombras da minha cidade
Sinto sempre uma calmaria angustiante
Misturar-se a uma inexplicável saudade
Temendo talvez o trágico instante
Em que o destino por vontade
Afastará daqui a minha alma errante