Soneto de desassossego
Sandra M. Julio
Cante a luz que ilumina o caminho
Dessa nau a navegar em desalinho,
Percorrendo o desejo e o carinho
De o universo ser seu ninho.
Fale sim, sorria... cante... sempre com emoção,
Deixe fluir os sentimentos que habitam seu coração.
Quanto à morte não se importe,
Não refute, nem relute.
Viverás eternamente... num poema inconseqüente.
Ludibriando o tempo insolente
Que diante do seu verso, torna-se impotente.
Permita-me encontrá-lo no azul da sua saudade...
Entre nuvens morosas e estrelas luminosas...
No desassossego desta nossa realidade.
Sandra
20/05/04