Soneto de Um Peregrino Crédulo
Como uma criança, acariciei os cabelos teus,
Buscando lentamente o arrepio de tua nuca,
Enquanto tu apenas fugiste de forma astuta
Evitando os desejos que estão nos olhos meus.
Mas como quem duvida do real e vai à luta
Duvidei de tua fé como os incrédulos ateus:
Sempre insatisfeitos com verdades de jubileus,
Provando-te que sem luta, inexiste vitória injusta.
Porque duelar contra a essência dos nossos eus
Se a emoção não deve existir em atitudes pensadas,
Mas, sim, em sentimentos dos meus olhos nos teus!
E fitando o teu olhar de “cigana dissimulada”,
Abraçando-te contra a parede, beijei os lábios seus,
Dando fim à disputa de palavras desleixadas...