Soneto do tempo

Ó tão curto momento que se passou

Agora e já há algum tempo

Interminável como alvorada no inverno

E perfeito como as flores da primavera

Passastes tão depressa, ó tempo cruel

Filho do sol e da lua

Fazes da minha vida um acaso

Imprevisível como tu, ó amante da ruína

E contigo levastes a beleza da minha amada

Levastes também o crepúsculo do verão

E as folhas à chegada do outono

Ó companheiro inseparável

Quão belo é teu mistério

Que tudo leva por onde passas