Um Peregrino Alucinado
Peregrinando por entre a noite cinzenta
Enxergo no interior da névoa opaca
Um ser estranho, daqueles que escapa
À compreensão do que nos sustenta.
O ser caminhava com algo de prata
E minha razão a isto estava bem atenta,
Pois o brilho daquela espada opulenta
Buscava um novo coração para sua ata.
O meu sustento, a razão, logo pede licença,
E lanço-me de peito aberto à imensidão
Para, assim, o ser marcar a sua presença,
Nas entranhas de meu abominável coração
Que, de idiota, jorra imensas lágrimas e pensa:
O sonho adentrou-me o desejo, que satisfação!