A Métrica de Um Poema Peregrino

“Meu verso é sangue”

Manuel Bandeira.

Quando encaro o enigma da palidez do papel,

Busco apenas o que não é belo, pois a beleza

É apenas uma estética, sem nenhuma certeza

Do sacrifício de transpor a essência como fel.

O amargor do meu Eu surge com leveza

Fitando algo sublime e também muito fiel:

Um íntimo expondo uma essência de bordel

Que é e sempre será minha infernal defesa.

O mundo me ataca e ao diabo ofereço um anel

Propondo um elo entre minha alma e o obscuro

Que não passa de um ser que ao mundo é infiel.

Ao mundo também sou desleal, pois de puro

Já não lhe enxergo nada, apenas versos em papel

Que cintila a nossa essência, brilha num fogaréu...

Daniel S Gomes
Enviado por Daniel S Gomes em 12/11/2009
Código do texto: T1918810
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