Um Peregrino Diante do Mar
“A desgraça foi meu Deus!”
Arthur Rimbaud.
O coração peregrino é um incógnito mar
Que de admirar da praia dos sentimentos
Avistei nas ondas por um breve momento
A ilusória esperança lutando a se afogar.
“Salve este último ser que te dá alento!”,
Pandora aos meus ouvidos veio indagar
Para que eu não ficasse apenas a observar
A triste cena inerte, sem nenhum intento.
Meu corajoso íntimo logo veio a flamejar
E atirei-me ao mar para evitar o desastre
De ser cúmplice da esperança a suicidar
Mas ao travar no meu intimo um embate
Decidi de a curiosa Pandora me vingar
Sufocando o que ela veio a aprisionar.