PERDÃO, MEU PAI!
Faz desses versos, Pai, um canto terso,
para que santo eu seja em confissão.
Dá-me ser puro como vim do berço
nessa prece em que peço o teu perdão.
Domínio de meu corpo não exerço.
O meu corpo perdido de paixão
por uma boca que bebia um terço
como se fora a santa comunhão.
Por ela me perdi, apaixonado
pelo corpo de boca rubescente,
esquecido do terço em si guardado.
Tresloucado, beijei-lhe a boca ardente,
retirando-lhe o terço – o meu pecado!
um pecado, Senhor, quase inocente!
Perdoa pelo terço não rezado,
perdoa o beijo, por ser um somente!
Odir, de passagem.
Faz desses versos, Pai, um canto terso,
para que santo eu seja em confissão.
Dá-me ser puro como vim do berço
nessa prece em que peço o teu perdão.
Domínio de meu corpo não exerço.
O meu corpo perdido de paixão
por uma boca que bebia um terço
como se fora a santa comunhão.
Por ela me perdi, apaixonado
pelo corpo de boca rubescente,
esquecido do terço em si guardado.
Tresloucado, beijei-lhe a boca ardente,
retirando-lhe o terço – o meu pecado!
um pecado, Senhor, quase inocente!
Perdoa pelo terço não rezado,
perdoa o beijo, por ser um somente!
Odir, de passagem.