DE SÃO PAULO A SANTOS
DE SÃO PAULO A SANTOS
Tinge-se de cinzento o gasoso pálio;
cobre perigosas curvas essa nuança,
porém é do asfalto que vem a cobrança
quando subo no meu carro para o trabalho.
De curva em curva, veloz, teu carro avança;
Na descida úmida, o macio farfalho,
E oscila no asfalto o esférico malho.
Vais em busca de praias, feliz qual criança.
... e dançamos na pista a valsa da morte;
sob a égide do manto que selou a sorte,
no fundo do abismo, cenas de puro horror.
... e exploramos, mãos dadas, o universo;
os corpos – peças inúteis – foram dispersos.
Pena que só hoje conhecemos o amor!