Soneto de amor que quer ser verdadeiro
Queria ser de verdade, pobre mortal
Como a parede, por giz, riscada
Queria ser eterno, ser sincero
Qual amor...tamanha galoada!
Me inspirou foi tu, canção
Doce sepulcro de mortos gentis
Que ao nascer, amor escolheu
Mas ser mísera paixão, desgraçado, não quis!
Desejou como quem deseja a vida
Ser amor daqueles bem venturados
Aspirou de uma aspiração desmedida
Mas paixão ficou, aqui guardado
E aprisionada está, tão contida
Que de chorar coração, há de morrer afogado!