Ó, mar...

Quisera ter, ó mar, a tua força imensa,
e ser alegre e livre, como as águas tuas,
que rolam pelas praias, sobre areias nuas,
ter horizonte, não ser rasa e assim infensa;

quisera ser, tal como és, ó mar, extensa,
prenhe de vida interna, com recantos belos,
manter com outros seres tantos laços, elos,
na eternidade no devir, ser forte, intensa;

quisera ser as ilhas que, fremente, enlaças,
dos teus remansos, ser as águas calmas, lassas,
poder beijar, na extrema unção, o sol sangrento;

mas minhas forças são etéreas, são fumaças

que se desfazem, se tocadas pelo vento,
eu sou tão frágil, como as ondas me arrebento.
 
POL, 9 de Novembro de 2009
MOTE:De frente pro mar, o que pensar?
Enviado por: Eritania Brunoro
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 09/11/2009
Reeditado em 12/03/2017
Código do texto: T1913696
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