SILENTE
E queremos gritar e na garganta
O grito se desvanece:
Desembocamos no silêncio
Onde os silêncios emudecem.
[Octávio Paz]
Eu calo e me regalo na quietude
Das cordas em repouso na garganta,
Silêncio meu pairando em amplitude,
Um campo de sossego que m’encanta.
A voz deixo morrer na solitude,
Nas ondas do momento que m’espanta
Em cada nota a paz em plenitude
Alcança meus espaços, se agiganta.
Vibrando nas estâncias do mutismo,
Eu avanço nas esferas transcendentes,
Buscando com fervor o sincronismo,
Nas fibras oscilantes tão latentes.
Me deixo suspender em hermetismo,
E elevo meus sentidos calmamente...