Despedida

Chegaste horas tais. Da Terra? Do infinito?
... Palavras celestiais! Enfeitaste meu espaço.
Nos murais grafei teu nome – de ti um pedaço...
Que mais querias de mim após meu triste grito?

Pensei!? ... Mundos desiguais... Avante num só passo;
As coisas são iguais. Acordei. Mundo maldito!
Disseste-me: — Vá, pois tudo está escrito...
Ah! Nunca mais. Não vencerei este cansaço.

Os dias são numerais deste mundo bendito;
Jamais recuperarei este tempo escasso,
E a ninguém mais pertence meu livro prescrito.

Coração. Pulsos desiguais. Onde está o teu abraço?
Aguardo as horas fatais. O frio veredicto!
Ah! Nunca mais sentirei a força do teu laço!...

Machado de Carlos



Ribeirão Preto, 09 de outubro de 2001.
10h55min.