FONTE DO SABER
Um néscio, escrevinhador de casos
eu sou, mas as letras, minhas amigas,
inspiram-me do amor doces intrigas
pra filosofar ao mundo os meus atrasos.
Vário escrito meu de longas fadigas,
na construção da poesia embaso.
Nem ela nem a crônica do acaso,
são textos vazios, meras cantigas.
E assim sendo sujo o papel inerme
e ao lê-los sei que não sou simples verme:
na mente armazeno ênea estrutura.
E em riscando do papel o alvo ventre,
o quanto escrevo pede-me que entre
no reino encantado da cultura.