Carga
CARGA
Carrego minhas penas como posso,
umas, levo fora de minh’alma.
E outras, mesmo sem ter calma,
debaixo da pele, dentro de meus ossos.
Algumas “me seguram” o passo,
paciência e humildade acodem.
Outras tantas, raivas explodem,
nas súbitas fúrias que extravaso.
Cavalgando minhas penas, respiro
e vou, cutucando o tempo, com esporas,
que não sabem de horas e suspiros.
E assim levo-as junto comigo,
umas, dentro de meus bolsos,
outras, no peito, cerrado abrigo...